Chico pede idenização de R$30 mil ao site O Antagonista, que o chamou de “porcalhão”

Para defesa de Chico, ao usar o termo, site 'proferiu inúmeros comentários lesivos à honra do autor' (Foto: Agência Senado)

O senador Chico Rodrigues (DEM) processou o site O Antagonista após ser chamado em uma reportagem de “porcalhão do Senado”. Ele pede indenização de R$ 30 mil devido à “crítica sensacionalista” ter extrapolado a liberdade de imprensa.

A reportagem veiculada no dia 29 de junho deste ano levou ao título a frase para falar que ele tinha indicado recursos para o chamado “Bolsolão”, emendas parlamentares que somaram R$ 3 bilhões, e não passam por fiscalização do Tribunal de Contas da União (TCU). Atualmente, o termo não aparece no título da matéria.

Para a defesa do parlamentar, o site “proferiu inúmeros comentários lesivos à honra do autor”. A defesa cita ainda pelo menos outras sete “matérias difamatórias” contra Chico Rodrigues, todas relacionadas às investigações de supostos desvios na Saúde de Roraima.

NA CUECA

Rodrigues foi alvo da Operação Desvid-19, da Polícia Federal (PF), em outubro de 2020, que apura desvios de recursos destinados ao combate da Covid-19 em Roraima. Ele foi flagrado com R$ 33 mil escondidos na cueca, mas nega as acusações e diz que o dinheiro era para pagar funcionários.

“A conduta [do site] feriu de morte a honra e a dignidade do [senador], ao colocar em dúvida, diante da sociedade roraimense e de todo o país, sua atuação parlamentar […] com efeito, julga-se imerecida a humilhação a que foi submetido criminosamente, tanto mais porque convicto de que nada fez, assim como a qualquer outra pessoa, capaz de justificar tal desvio de conduta”, critica o advogado.

Despois do escândalo, o senador foi dispensado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) da vice-liderança do governo no Senado e pediu licença por 121 dias. O filho dele, Pedro Arthur Ferreira Rodrigues, por ser o primeiro suplente, assumiria o posto, mas isso nunca ocorreu.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso autorizou o retorno de Chico, mas vetou a presença dele na comissão que avalia os gastos na pandemia. Levado ao Conselho de Ética da Casa, o caso nunca avançou.

OPERAÇÃO

Chico é investigado por suspeita de desviar R$ 20 milhões por meio de contratos fraudulentos com empresas que ele indicava para serem beneficiadas com emendas dele. A PF divulgou mensagens do senador com um ex-coordenador da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) nas quais eles negociavam pagamento de empresas.

As investigações mostram que Chico articulou a permanência do ex-secretário Francisco Monteiro para que os esquemas não fossem prejudicados. Ele ainda tentou conseguir um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para trazer insumos de São Paulo para Boa Vista, em benefício da Quantum Empreendimentos.

O senador é ainda investigado por suspeita de interferência em contratos fraudulentos do Distrito Sanitário Especial Indígena do Leste de Roraima (Dsei-Leste). O inquérito tramita no STF, devido ao foro privilegiado de Chico. Como operador dele a PF cita Jean Frank, que nega qualquer envolvimento.

Informações: Roraima em Tempo