TRE remarca julgamento de Denarium por suspeita de compra de votos na Raposa Serra do Sol

O Tribunal Regional Eleitoral de Roraima (TRE-RR) marcou para o dia 30 de setembro o julgamento da ação contra o governador Antonio Denarium (sem partido) e o vice Frutuoso Lins (SD), por suspeita de compra de votos na comunidade indígena Willimon, na Raposa Serra do Sol, em Uiramutã.

Este é um dos quatro processos que correm contra o chefe do Executivo na Justiça Eleitoral, e tinha sido retirado de pauta no dia 19 de agosto pelo relator, juiz Luiz Alberto de Morais Júnior.

A suspeita, segundo apurado pelo Roraima em Tempo, é de que bens tenham sido distribuídos na comunidade em troca de votos. A ação aponta que na época da eleição de 2018, um helicóptero foi apreendido pelos indígenas. Na aeronave estava um candidato a deputado federal que apoiava Denarium.

Mesmo assim, indígenas da comunidade relataram em depoimento que não havia nada e negaram que bens tenham sido entregues.

DEMORA

Os processos de Denarium têm sido constantemente adiados pela Justiça. Fontes da reportagem citaram, nesta segunda-feira (14), que o acórdão com a decisão que rejeitou a primeira denúncia de ‘caixa dois’ ainda não foi anexado no processo. Com isso, a acusação não pode recorrer e atrasa uma possível reversão.

A demora já dura quase dois meses, já que o Pleno decidiu rechaçar a ação por 4 a 3, no dia 20 de julho, depois de reiteradas remarcações. As mesmas fontes acreditam haver interferência política. O Tribunal Eleitoral foi procurado, mas ainda não se manifestou.

PRIMEIRA AÇÃO

A Ação de Impugnação, movida pelos partidos PSDB e DEM, sustenta que houve gastos nas eleições que não foram declarados. Um pen drive apreendido pela Polícia Civil tinha documentos que mostravam movimentações financeiras da campanha não apresentadas à Justiça, segundoa a acusação. Essa prática é denominada caixa dois.

Havia planilhas com nomes e funções de eleitores para contole de gastos. De acordo com as siglas, essas pessoas não trabalhavam, nem recebiam dinheiro para o serviço, porque não tinha contraprestação.

De acordo com as advogadas, empresas roraimenses realizaram publicações favoráveis ao candidato Denarium em páginas oficiais de lojas. Uma delas investiu em vídeos da campanha. Outros supermercado e lojas de roupas cederam espaço para reuniões e colocação de adesivos em automóveis.

Informações: Roraima em Tempo – Foto: SecomRR