O [des]governo do atraso…

Para onde você olhar no Estado você só verá abandono, descaso e falta de respeito aos cidadãos

Ao que tudo indica, atraso é a palavra que melhor define a atual gestão do Governo de Roraima. Parece que os três primeiros anos foram de total inércia. E só agora, em pleno ano eleitoral, o chefe do Executivo começou a se movimentar para mostrar serviço. E até mostra. Só que é pela metade.

Duvida? É só olhar para as obras entregues. O bloco anexo ao Hospital Geral de Roraima (HGR), após anos e anos em obras, foi inaugurado às pressas, a fim de o governador – visando sua reeleição – melhorar um pouco nas pesquisas. Mas o prédio não está funcionando totalmente, devido à falta de materiais e profissionais.

No campo da infraestrutura, o governador tem entregue estradas asfaltadas. Ou apenas um trecho delas com asfalto, para ser mais exato. Só para garantir possíveis votos no interior. O restante da pista? Ah, deixa pra depois da eleição. Se o mesmo continuar despachando no Palácio Hélio Campos.

Recentemente, o Governo anunciou a pretensão de que vai revitalizar os parques aquáticos e a Praça Interativa Renato Haddad (temas de diversas denúncias da população, inclusive registradas aqui no Boa Vista Já). E dizemos “pretensão”, porque sabemos onde isso vai dar. Não custa lembrar o alarde que foi quando anunciaram a reforma da Casa da Cultura e do Teatro Carlos Gomes, mas tudo se resumiu a tapumes e placas “bonitas” (o que sobrou da fachada do teatro até já caiu com as últimas chuvas).

A mais nova “cartada” do governador foi o anúncio de que vai leiloar o Conjunto dos Executivos, antiga residência oficial de governo e que atualmente abriga a Cidade da Polícia Civil (e mais uns 50 ônibus escolares que foram comprados e hoje são fortes candidatos a sucata). Para esse novo feito, o Estado visa arrecadar para os cofres públicos, uma vez que os imóveis estão avaliados entre R$ 45.5 mil e R$ 53.7 mil.

Pergunta: se o Estado estava “quebrado” (e estava mesmo) lá no início do mandato, a venda do “condomínio estatal” não deveria ter sido feita desde o início, gerando mais economia? (E só para lembrar, ainda que o atual governador não admita, mas foi graças às articulações do ex-senador Romero Jucá com o então presidente Michel Temer, ambos do MDB, que foram liberados cerca de R$300 milhões durante a intervenção federal, utilizados para ajustar os salários atrasadíssimos do funcionalismo à época).   

A questão é que nunca houve interesse público envolvido. Para onde você olhar no Estado você só verá abandono, descaso e falta de respeito aos cidadãos. Hospitais, escolas, pontos turísticos, áreas de lazer e tudo mais está entregue às traças. E não adianta anúncios mirabolantes, posts bonitinhos nas redes sociais e vídeos com locuções envolventes: o roraimense não é mais bobo! Está mais do que na hora dessa situação mudar de vez!

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